"Eterno" by Denilce Luca
Quando era uma mulher de tantos e poucos
anos parei para ver onde estava.
Incapaz de me localizar no Tempo e no
Espaço percebi tão-somente que me distanciava da vida.
Por estar envelhecendo talvez.
Mais perto da chamada Morte e cada vez mais
longe do que chamam Vida sentia mais amenas as dores, menos intensas as
alegrias.
Tomada por um torpor anestésico. Assim eu estava.
Imersa em devaneios que davam a minha
mente um incomensurável tamanho e faziam meu corpo como que definhar lenta e
sofregamente.
Desprovida de qualquer senso dimensional em
vão tentava tocar meu próprio corpo.
Sentia-me levitar apenas.
Tomei plena consciência de minha própria
evanescência.
Enfim agora não há mais Tempo, não há mais Espaço,
não há mais som, não há mais palavras.
Restaram essas poucas que aqui deixo para
que leias, para que apenas leia, sem tentar compreender algo.
Essas últimas palavras que guardei para aqui
deixar são as que sempre ecoarão, em qualquer dimensão. Desafiando qualquer Tempo,
qualquer Espaço. Qualquer crença, qualquer verdade, qualquer deus, qualquer
limite.
Em breve estarás comigo meu amor.
Denilce,
ResponderExcluirO seu texto me emocionou. Não só porque está lindamente escrito, mas porque questiona as certezas que por vezes assumimos e desvenda segredos que nem sempre sabíamos ter...
Grande abraço!
PS: Deixei-lhe um presente aqui: http://crazy40blog.wordpress.com/premios-e-presentes-de-amigos/
Querida Doce Dulce! Muito obrigada pelo incentivo de sempre! Emocionada pelo seu carinho e pela homenagem recebida!
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